segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

TODOS CONTRA O MOSQUITO TRANSMISSOR DA DENGUE EM SÃO JOSÉ DA VITÓRIA

Zika causa medo ao se alastrar pelo mundo Divulgação/Ver Descrição
Foto: Divulgação / Ver Descrição
O povo de São José da Vitória está se mobilizando contra o mosquito da dengue, para isso os agentes comunitários de saúde convida a população a se empenhar-se em travar uma luta ferrenha contra o mosquito transmissor do zika vírus. 
Em abril de 2015, quando os primeiros casos foram detectados no nordeste brasileiro, o zika vírus não provocou sobressaltos. Na última quinta-feira, foi definido como uma ameaça planetária e “explosiva” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que decidiu criar um Comitê de Emergência – a primeira reunião será nesta segunda-feira, em Genebra, na Suíça.
A epidemia se espalha de maneira espantosa, já infectou pessoas em mais de 20 países do continente americano e pode estar associada ao crescente número de bebês brasileiros nascidos com microcefalia (o perímetro encefálico é de 32 centímetros ou menos, o que significa que o cérebro não se desenvolveu da maneira correta; entre as sequelas, estão problemas motores, de visão, de audição, retardo mental e epilepsia).
A Terra parece conspirar a favor do mosquito transmissor: nas condições climáticas decorrentes do fenômeno El Niño – umidade e altas temperaturas –, o Aedes aegypti encontra cenário perfeito de reprodução. O quadro se agrava frente à inexistência de vacina que previna a infecção ou método eficiente que garanta o diagnóstico. Quatro milhões de pessoas devem ser infectadas em 2016 nas Américas, estima a OMS.
O alarme soou com atraso, consideram autoridades e cientistas dos EUA.


Em artigo publicado na revista da Sociedade Americana de Medicina, nesta semana, pesquisadores destacam que “as dimensões globais do zika estão claras” e que a aproximação da Olimpíada do Rio pede “medidas urgentes”. O jornal The New York Times puxou  orelhas em editorial: “É imperativo que a OMS não repita sua resposta lenta à crise do ebola e atue urgentemente para mobilizar a ação internacional”.
O presidente da Sociedade de Infectologia do Rio de Janeiro, Alberto Chebabo, vê exagero nas críticas. Ele diz que as medidas tomadas pelas autoridades brasileiras e pela OMS foram rápidas, uma vez que partiram de evidências e que o processo de notificação é “burocrático”. Para o médico, houve um “grande e desnecessário” alarde internacional em relação às viagens para o país.
– As gestantes devem ser bem orientadas, esse é o grupo de risco. Fora isso, não há porque se temer a doença (que não mata os infectados). Em relação à Olimpíada, há de se considerar que agosto é um mês seco e com temperaturas não tão altas quanto agora. A população de mosquitos será menor – afirma o infectologista.
– OMS, governos, todos falharam ao permitir a expansão do mosquito, que também transmite a dengue, muito mais letal. Não existiu um planejamento eficaz e contínuo de combate. Essa é uma preocupação que se deveria ter antes. E que agora, com a questão da microcefalia, se torna ainda mais importante.


Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Federal de Santa Maria, Alexandre Schwarzbold diz que foi subestimado o impacto da doença. Para ele, o alerta da OMS é “coerente” e vai além da questão da microcefalia:
– A preocupação não é só com gestantes. O zika tem ação neurotrópica, pode desencadear problemas neurológicos que talvez ainda não estejam associados ao vírus. Há casos de bebês com microcefalia que também têm retardo neuropsicomotor e problemas de audição e visão. E também tivemos adultos com suspeita de zika que mais tarde tiveram perda visual ou auditiva. A associação ainda não é evidente, mas pode ser.
270 casos de microcefalia confirmados no Brasil
Os sintomas do zika vírus são febre alta, dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas, dores musculares e nas articulações. Os mesmos da dengue, só que mais brandos. Diferentemente da “febre prima”, o zika não mata os infectados – em 80% dos casos, eles nem percebem estar com a doença. Mas o vírus assusta, e muito, pela probabilidade de estar associado a casos de microcefalia. No Brasil, 270 casos de má-formação congênita foram confirmados nos últimos meses – seis deles têm relação comprovada com o zika –, e mais de 3,4 mil casos suspeitos de microcefalia ainda estão sob investigação.


Casos de pacientes que contraíram o zika em viagens para o Brasil e outros países da América Latina começam a pipocar na Europa, em Israel e nos EUA, onde um bebê com microcefalia nasceu no Havaí – quando grávida, a mãe esteve no Brasil e foi infectada pelo vírus. O presidente norte-americano, Barack Obama, recomendou que gestantes evitem viajar aos países afetados. Algumas companhias aéreas têm permitido remarcar passagens e até mesmo efetuam o reembolso em caso de desistência.
Organizações de saúde europeias estão atentas ao avanço do vírus pelo continente, principalmente a partir da metade do ano, quando o frio se despede e o clima fica mais favorável à presença de mosquitos na Europa. Procurado por ZH, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirmou estar em alerta. Ainda que o Aedes aegypti esteja presente somente em ilhas europeias, o continente tem outro mosquito “potencialmente hábil” para transmitir a doença, o Aedes albopictus.


Para o médico e virologista alemão Jonas Schmidt-Chanasit, do Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical, os países mais atingidos devem ser os do Mar Mediterrâneo (como Portugal, Espanha e Itália), mais quentes e úmidos. Mas ele pondera:
– Aqui temos estações bem definidas. Se tivermos casos de transmissão no verão, eles logo cessarão no inverno, quando a população de mosquitos fica praticamente zerada

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