Os 96 profissionais estrangeiros, entre eles 79 cubanos, inscritos no programa Mais Médicos foram hostilizados na noite desta segunda-feira (26), em Fortaleza (CE). O grupo, que participava de uma solenidade de acolhimento organizada pelo Ministério da Saúde, foi recebido com vaias e gritos, além de serem chamados de “escravos”. O protesto foi organizado pelo Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará).
Na manhã desta terça-feira (27), a jornalista Micheline Borges, do Rio Grande do Norte, postou um comentário em seu Twitter sobre a aparência das médicas cubanas, que chegaram ao Brasil durante o fim de semana para trabalhar no SUS (Sistema Único de Saúde) em cidades mais carentes.
Diferença de salário de médicos cubanos e brasileiros é inconstitucional
Na mensagem, que também foi compartilhada pelo Facebook, Micheline afirmou que “essas médicas cubanas têm uma cara de emprega doméstica” e ainda pergunta se elas realmente são médicas.
— Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência.
O post causou a ira de alguns internautas, que, inclusive, rebateram o comentário questionando “desde quando aparência tem a ver com competência?”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (26) que o governo não vai tolerar qualquer incitação ao preconceito e à xenofobia contra os estrangeiros que estão no Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos.
— Não admitimos qualquer incitação ao preconceito e à xenofobia. Temos que receber de braços abertos médicos e médicas que aceitaram esse chamamento para vir atender à população brasileira que não tem médicos.
Em nota, o CFM (Conselho Federal de Medicina) condena o programa, alegando que é irresponsável trazer profissionais estrangeiros sem avaliação, e cobra que os profissionais façam o Revalida — prova do Sistema de Revalidação de Diplomas Médicos — exame necessário para qualquer profissional da área trabalhar no País, exceto dentro do Mais Médicos.
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