segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Suspeito de matar Falcon baleou duas mulheres em Copacabana

Miliciano confundiu uma das vítimas com traficante e foi preso em flagrante

Rio - Ele é acusado de chefiar um temido grupo de milicianos de Boiúna, em Jacarepaguá, e suspeito de envolvimento no assassinato de pelo menos dois ex-policiais militares nos últimos meses. O caso de maior repercussão onde há suspeita da participação dele ocorreu no mês passado, quando homens armados executaram o então candidato a vereador Marcos Vieira de Souza, o Falcon, ex-PM e ex-presidente da Portela, no seu próprio comitê eleitoral, em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio. Mas só acabou preso em flagrante na madrugada de ontem, ao atirar contra duas mulheres em um bar de Copacabana.
Diogo Maia dos Santos foi preso por tentativa de homicídio e conduzido à 12ª DP, em CopacabanaMaíra Coelho / Agência O Dia
Eram 5h quando Diogo Maia dos Santos, de 33 anos, viu um casal de namoradas entrando em um bar na Avenida Prado Júnior. Após confundir uma delas com uma traficante conhecida como Juninho, ele sacou a arma e atirou. Dois disparos atingiram o abdômen da namorada do alvo de Diogo, que tentou protegê-la. A mulher confundida também se feriu, com os estilhaços na perna.
A vítima baleada foi socorrida e encaminhada ao Hospital Souza Aguiar, onde foi operada. O estado de saúde dela é estável. A outra mulher passa bem.
Quando policiais militares do 19º BPM (Copacabana) foram ao local, Diogo já havia fugido. “Os PMs foram informados que ele teria entrado em um prédio próximo. A polícia foi até o apartamento e encontrou esse vasto material”, disse a delegada Daniela Rebelo, da 12ª DP (Copacacana).
Diogo é suspeito pela morte de Falcon Daniel Castelo Branco / Agência O Dia (13.7.2016)
ARSENAL EM IMÓVEL
Ela se referia a um verdadeiro arsenal composto por seis pistolas, 20 carregadores, uma algema, dois cintos de guarnição e cinco porta carregadores de pistola encontrados no imóvel onde Diogo estava. Lá, a polícia também apreendeu R$ 2.780 em dinheiro. “Algumas armas são raspadas, de uso restrito. Estamos apurando a origem delas. Além dessa investigação de prisão em flagrante, ele tem três mandados de prisão por homicídio, que estamos cumprindo”, explicou a delegada, que indiciou Diogo por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.
O delegado Brenno Carvenale, que investiga a morte de Falcon pela Delegacia de Homicídios, esteve na 12ª DP. Mas saiu sem falar com a imprensa. Diogo também foi indiciado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e de Inquéritos Especiais (Draco), que investiga as milícias.
O policiamento na porta da delegacia foi reforçado quando chegou a denúncia de que poderiam resgatar o preso. Diogo estava foragido do Instituto Penal Cândido Mendes, no Centro, desde 12 de dezembro do ano passado, quando saiu pela porta da frente após ganhar o benefício de trabalhar fora. Desde então, a foto dele foi colocada pelo Disque-Denúncia, que oferecia R$ 1 mil por informações que levassem ao paradeiro do miliciano.
Investigado por execuções
Diogo é investigado por envolvimento em dois assassinatos de ex-PMs em quatro meses. Além da suspeita de participação na morte de Falcon, no mês passado, ele também é investigado pela execução do sargento reformado Geraldo Antônio Pereira, executado com oito tiros de fuzil dados por três homens encapuzados na manhã de 17 de maio, no estacionamento de uma academia no Recreio. O militar era ex-genro de Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, chefe da milícia Liga da Justiça, preso desde 2009.
Outras três pessoas ficaram feridas no atentado. Entre elas, o ex-policial Hélio da Conceição, o Helinho. Braço direito do ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins, Helinho foi condenado em 2012 por lavagem de dinheiro e envolvimento na máfia dos caça-níqueis.
Diogo assumiu o controle da milícia da Boiúna após a prisão de Erivaldo Juvino da Silva, em março. Ele teve prisão preventiva decretada em abril, acusado de envolvimento na morte do proprietário de uma empresa. O miliciano responde a pelo menos mais dois crimes. Em 2005, foi acusado de participar do espancamento de seguranças do Norte Shopping. Em maio de 2013, foi preso quando estava em um posto de gasolina com uma pistola com numeração raspada.

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