quinta-feira, 23 de outubro de 2014

BLASFÊMIA CONTRA O ESPIRITO SANTO O QUE É?


“Na verdade eu vos digo: tudo será perdoado aos filhos dos homens, os pecados e todas as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, jamais será perdoado: é culpado de pecado eterno. Isso porque eles diziam: Ele está possuído por um espírito impuro”. (Marcos 3: 28 a 30).

     A blasfêmia contra o Espírito Santo é um dos temas que mais preocupa os cristãos atuais, principalmente os jovens, e muitos vivem angustiados e até atormentados pela culpa e pelo medo de um dia terem cometido esse "pecado". Devido a isso, considero de extrema importância fazer uma completa abordagem sobre o assunto, focando em uma reflexão direcionada às pessoas que se sentem culpadas e com medo, a fim de ajudá-las a se livrarem desse trauma religioso sem fundamento. O texto ficou um pouco longo e alguns trechos podem parecer repetitivos, mas foi proposital a fim de enfatizar alguns pontos e falar de forma aberta e informal com quem realmente está precisando de ajuda.
     Há várias interpretações no meio cristão sobre o que seria essa blasfêmia. Alguns afirmam que é o suicídio ou o adultério, enquanto outros, dizem que é a rejeição da divindade de Cristo ou do Evangelho. Há ainda quem diga que é a cauterização da consciência humana diante de uma vida pecaminosa. Enfim, o único consenso é o reconhecimento de ser algo imperdoável, como Jesus disse. Mas, para chegarmos a uma conclusão, devemos analisar o contexto dessa passagem bíblica e devemos ter vários conceitos em mente. Vamos por partes:
     Mateus, Marcos e Lucas relatam de forma diferente o acontecimento. Mateus diz que Jesus fez essa afirmação após curar um endemoniado cego e mudo e os fariseus atribuírem esse milagre a Satanás (Belzebu); Marcos não menciona a cura, apenas essa acusação feita pelos escribas (capítulo 11); Lucas fala da cura e da blasfêmia separadamente (capítulo 12). De qualquer forma, tanto Mateus quanto Marcos, relatam que Jesus citou o pecado imperdoável após alguns religiosos hipócritas da época afirmarem que Cristo expulsava os demônios através do próprio demônio (Marcos 3:30).
     A partir disso podemos fazer algumas observações:

1 - Esse "pecado sem perdão", se é que foi cometido, ocorreu entre os escribas e fariseus (aqueles que conheciam profundamente as escrituras e, teoricamente, a Deus) na presença de Jesus. Curar um endemoniado cego e mudo era, na tradição judaica, visto como um sinal de que ali estava o Messias. Portanto, diante desse sinal inegável, eles (os que mais conheciam essas revelações) estavam não apenas rejeitando malevolamente o Cristo, mas também atribuindo esse "sinal messiânico" ao demônio (Belzebu). Eles não estavam fazendo por ignorância e sim, por maldade. Estavam "diabolizados" a tal ponto de negar suas próprias convicções de fé (com um nível tão alto de compreensão e na presença do próprio Deus encarnado) a fim de manterem-se com suas tradições, benefícios e caprichos. Eles propositalmente tentavam "derrubar Jesus" e acabar com Ele através dessas acusações. Você, portanto, não se enquadra aqui, leitor, pois Jesus já morreu, já ressuscitou e já "subiu ao céu" em um corpo glorificado. Você não está na presença física dEle (está apenas em termos espirituais) e Ele não está dando evidências messiânicas para que você possa fazer o mesmo que os escribas e fariseus. Só por aqui já poderia dizer: "você não tem como blasfemar contra o Espírito Santo!"

2 - Reparou que eu me referi à blasfêmia dizendo "se é que foi cometido"? Pois é. Digo isso pois, mesmo eles estando diante do Filho de Deus, em carne e osso, mesmo conhecendo profundamente a Lei de Deus e mesmo tendo atribuído à satanás aquele sinal milagroso do Espírito Santo que estava em Cristo, Jesus em momento algum disse que eles blasfemaram ao ponto de não terem mais perdão. Jesus afirma que "aqueles que cometerem tal pecado não tem perdão". Aliás, acredito sinceramente que mesmo com toda a gravidade, a injustiça e a maldade das acusações feitas, eles não tenham chegado ao ponto de cometer esse "pecado imperdoável". Deus conhece o coração do homem e sabe até onde ele pode chegar. Nosso Pai sabia que Jesus seria duramente condenado, injustiçado e acusado e mesmo assim, o seu amor é tão grande, que todos tiveram (e tem) a oportunidade de alcançar o perdão, até mesmo aqueles que o crucificaram. Penso eu que, caso essa acusação fosse a famosa "blasfêmia contra o Espírito Santo", Jesus os teria alertado antes dela ocorrer, dando mais uma oportunidade a esses indivíduos maus de não cometerem este erro, afinal, a escritura diz que a vontade de Deus é que ninguém se perca (II Pedro 3:9). Podemos dizer que foi um alerta de Jesus para eles e para outros que porventura estivessem com o mesmo pensamento, a fim de mostrá-los que estavam entrando num caminho de morte, de condenação. 
 

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