O discurso
politicamente incorreto é, em oposição ao chamado politicamente correto, uma
forma de expressão que procura externalizar os preconceitos sociais sem receios
de nenhuma ordem, funcionando como um eufemismo para discurso de ódio em contextos satíricos e editoriais. Em geral, confunde-se com opiniões de extrema-direita, mas pode ser também expressão de simples
preconceitos cotidianos.
No Brasil, é
normalmente associado a um tipo de humor que envolve antissemitismo, homofobia, estupro, racismo, machismo e outras formas de
degradação da dignidade humana. Em muitos países, o discurso politicamente
incorreto constitui crime de ódio.
Características
Segundo os defensores do politicamente incorreto, há uma
conspiração do politicamente correto que impede um exercício efetivo da liberdade de
expressão. Em geral, os defensores do politicamente incorreto
defendem que suas opiniões são minoritárias, e que não geram efeitos nocivos na
sociedade. Seus críticos dizem que "politicamente incorreto" é apenas
um sinônimo para fascismo e
que tais preconceitos são oriundos de discriminações atávicas contra minorias.
Além disso, indicam que não há real patrulhamento dessas opiniões, que são
amplamente reproduzidas nas sociedades contemporâneas. Como qualquer discurso de ódio,
o humor politicamente incorreto não deve necessariamente ser entendido como
compatível com os direitos do homem.
A
expressão também foi utilizada, no Brasil e no resto do mundo, por grupos conservadores (em especial das extremas-direitas , como o americano Téa ou
o fórum neonazista stormfront; "As origens do politicamente correto",
por exemplo, de Bill Lind, é um texto amplamente divulgado por ramos de extrema-direita, como o Stormfront, um fórum para "nacionalistas
brancos", considerado neonazista Bill
Lind se identifica com a extrema-direita norte-americana, o Tea Party Suas
publicações, longe de ser consensuais, são polêmicas. Lind alega que "o
verdadeiro dano para as relações raciais não veio da escravidão, mas da reconstrução, que não teria
ocorrido se o Sul tivesse vencido a Guerra de Secessão" . Ele também nega o holocausto) para
se referir a um suposto patrulhamento ideológico por parte de liberais e marxistas. Nos Estados Unidos, a expressão foi empregada na
publicação do Guia Politicamente Incorreto, de matriz conservadora (desta
série, todos os guias defendem opiniões de direita ou
extrema-direita , da supremacia conservadora ao criacionismo. No Brasil, duas publicações de
título semelhante foram divulgados recentemente: o Guia Politicamente Incorreto
da História do Brasil, e o Guia Politicamente Incorreto da História da América
Latina. Em um desses livros alega-se que Evita Perón detinham bens roubados
pelos nazistas. Segundo resenhas do Estado de São Paulo (esta, escrita pela
professora titular da USP,
Maria Lígia Prado, especialista em história latino-americana) e da Folha de São Paulo, os guias
buscam denegrir a imagem de figuras liberais e
da esquerda, pois acreditam que toda a história anterior é uma invenção de marxistas
politicamente comprometidos, e reproduzem dados que não são precisos em sua
tentativa de deslegitimar a historiografia acadêmica. Um dos livros já havia sido criticado
antes nas mesmas bases, indicando-se suas aproximações inadequadas ("As
aproximações inadequadas são um problema. É muita ligeireza, até para quem se
pretende provocador, associar, mesmo indiretamente, a ALN ao PCC (Primeiro
Comando da Capital). A ALN, grupo guerrilheiro dos anos 60 e 70, nada tem a ver
com o banditismo contemporâneo") e "afirmações tão peremptórias
quanto débeis".
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