Nova York, 5 nov (EFE).- Bill de Blasio, que na quarta-feira ganhou de forma arrasadora as eleições para prefeito de Nova York, é um político de aberta tendência progressista, com um passado de ativismo esquerdista, que baseou sua campanha na crescente desigualdade econômica da cidade.
De Blasio, de 52 anos, é uma figura importante por sua altura (1,96 metros) e envergadura, e também pela energia que impõe em tudo o que faz, que teve a campanha centrada na desigualdade econômica e na falta de oportunidades dos menos favorecidos, dois assuntos que marcaram toda sua vida política.
O novo prefeito é casado com Chirlane McCray, uma ativista e poeta sete anos mais velha e que era lésbica até conhecê-lo, e tem seus dois filhos - Chiara e Dante. Vários analistas consideram que este protótipo de família contemporânea ajudou o candidato em sua popularidade, especialmente entre as minorias, que o apoiaram de forma total.
De Blasio começou sua carreira como ativista depois de acabar a universidade e logo entrou na vida política, onde iniciou suas atividades no ramo com 28 anos trabalhando na administração do último prefeito democrata da cidade, David Dinkins (1990-93).
Em 1997, De Blasio foi nomeado pela administração do presidente Bill Cliton para dirigir o escritório regional do Departamento de Habitação em Nova York, Nova Jersey e Connecticut.
De habilidade muito reconhecida como organizador político, De Blasio foi o responsável pela campanha de Hillary Clinton para sua eleição em 2000 a um posto no Senado dos Estados Unidos por Nova York.
Entre 2001 e 2009, De Blasio foi vereador pelo distrito de Brooklyn onde reside, e desde 2009 é defensor público da cidade.
A partir de então foi um constante crítico de muitas políticas do atual prefeito, Michael Blooomberg, por exemplo em defesa da escola pública ou de hospitais de bairro que fecharam por problemas econômicos.
Os momentos mais polêmicos de sua vida -pelo menos segundo seus críticos- ocorreram em 1988, quando De Blasio visitou a Nicarágua para entregar ajuda de uma organização esquerdista americana.
Naquela época, De Blasio tinha 26 anos e o Governo sandinista nicaraguense afrontava uma guerrilha que era apoiada de forma ilegal pela administração de Ronald Reagan.
Após voltar da visita ao país, o novo prefeito manteve seu respaldo aos sandinistas colaborando com um grupo chamado Rede de Solidariedade com a Nicarágua, embora depois tenha se desvinculado progressivamente, segundo ele porque estava desencantado pela maneira como o Governo sandinista tratava a oposição e a imprensa.
Além disso, De Blasio passou parte de seu lua-de-mel em Cuba, em violação da proibição de viajar ao país que então existia nos Estados Unidos.
No plano pessoal, De Blasio se chamava inicialmente como seu pai, Warren Wilhelm, mas mudou de sobrenome porque foi criado pela mãe, Maria de Blasio, e sua família de imigrantes italianos, enquanto "Bill" é como sempre o chamavam carinhosamente em casa.
Seu pai serviu no Exército durante a Segunda Guerra Mundial, um período do qual voltou traumatizado, algo que acabou causando o rompimento do casal.
Nascido em Manhattan e criado em Massachusetts, De Blasio estudou nas melhores universidades de Nova York: uma licenciatura na New York University (NYU) e fez pós-graduação em Relações Internacionais (centrado em estudos latino-americanos) em Columbia.
Estes estudos e suas viagens fizeram com que fale um pouco de espanhol, algo que promete fazer melhor que Bloomberg. Também mantém o italiano, que aprendeu com sua mãe e avôs.
Há 22 anos vive com sua família em Park Slope, um bairro vizinho ao Brooklyn que nos últimos dez anos entrou na moda pelo valor histórico de seus edifícios, seu ambiente de comunidade e alguns famosos habitantes (com escritores como Paul Auster ou atores), até o ponto que agora é extremamente caro encontrar imóvel ali. EFE
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