![Sandra luta pela vida, enquanto espera pela cirurgia](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_v38ijlF2fjQyz-MnhwrwFlFbeaQASDIOH8IneTuQEUTiMdMkqUAiEIZrBdE2JCXsCizwzktE48hvziFgPWC7KLkMe51hj0zGY_v8VIWO9QGGHZqj0YHh_oqYf6xCjCWBTr289u0A=s0-d)
Ela tem apenas 36 anos, mas está em coma induzido no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital de Base, em Itabuna, para onde foi levada com fortes dores de cabeça na última sexta-feira (16). Sandra Ramos dos Santos foi diagnosticada com aneurisma cerebral e, desde então, se transformou em mais uma vítima do descaso da saúde pública.
O neurologista, responsável por dar o diagnóstico, informou para a família que a paciente está com dois coágulos no cérebro e precisa de uma cirurgia urgente. O caso de Sandra é grave e ela corre risco de morte. Ao Diário Bahia, a sobrinha da paciente, Daniela Silva dos Santos, relatou que, segundo o médico, essa operação poderia ser feita em Itabuna, só que custaria em torno de R$ 100 mil. Pelo SUS, somente em Salvador, para onde ela teria que ser transferida.
Sem condições financeiras, os familiares de Sandra, que é operária da Triffil, ficaram desesperados. Até o momento, todo o dinheiro que eles conseguiram foi R$ 2.500,00, frutos de doações de amigos e colegas de trabalho.
"Negociando a vida"
No entanto, na terça-feira (20), Daniela teve a informação de que era possível a realização dessa cirurgia em Itabuna mesmo e pelo SUS, no Hospital Calixto Midlej. Mais uma vez, a esperança deu lugar à decepção e angústia. "Nenhum médico quer operar minha tia. Soube que é porque não recebem o repasse da Santa Casa", disse Daniela.
Sensibilizados, amigos chegaram a montar um "plantão" na porta da Santa Casa, na tentativa de falar com algum neuro. "Depois de um dia inteiro lá esperando, ele virou para o pessoal e disse: 'Nem particular querem ela aqui. Mas se vocês conseguirem R$ 220 mil, nós damos um jeitinho', fiquei arrasada quando soube disso. O atendimento à saúde é um direito nosso. Estão negociando a vida da minha tia", disparou Daniela.
Ministério Público
A peregrinação da família de Sandra parece estar longe do fim. Na manhã de quarta (21), Daniela procurou o Ministério Público e denunciou o caso. Um dia depois, a jovem era informada pela promotora Renata Caldas, responsável pela área da saúde, que, ao ligar para Salvador para tentar a transferência da paciente, recebeu a informação que o cadastro do SUS de Sandra não era atualizado pelo Hospital de Base havia dois dias.